A Patrulha Costeira da Polícia Militar do Paraná (PMPR) recebeu um reforço de peso no início de junho. Fruto de um investimento de mais de R$ 2,2 milhões, o Litoral agora conta com o barco Aruanã 29-CM-P, uma embarcação militar blindada de última geração projetada especificamente para o combate à criminalidade. Entre as principais novidades da embarcação estão o casco blindado, que é resistente a tiros de fuzil, e o sistema de visão termal, que usa o calor ambiente para identificar pessoas e outros barcos.
“É uma embarcação muito diferente em relação às outras que nós já temos pela estrutura dela. É um barco maior, mais potente, com o casco todo blindado, com vários sistemas diferentes de imagem e localização que ajudam no trabalho policial”, afirmou o comandante da Patrulha Costeira do 9º Batalhão da PMPR, o tenente Vinícius Szlanda.
O barco passa a integrar a estrutura do pelotão policial que é responsável pela segurança das 39 comunidades ilhadas e ribeirinhas do Litoral do Paraná, onde moram mais de 10 mil pessoas. Além disso, ele vai ajudar nas ações de combate ao tráfico internacional de drogas na região.
TECNOLOGIA – Por atuar em comunidades cujo acesso só é possível pela água, uma embarcação moderna como a Aruanã 29-CM-P ajuda as equipes a se deslocarem com mais agilidade e a atenderem melhor à população. As tecnologias do barco também permitem um trabalho mais eficiente no combate à criminalidade, especialmente nas rondas ostensivas da patrulha.
A blindagem do casco é uma das mais eficientes que existem, resistindo a tiros de munição supersônica, que são tiros de fuzil e de calibre 7,62 milímetros, por exemplo.
A embarcação também opera com um sistema de navegação que, além de contar com GPS e sonar, também tem um radar, que permite o deslocamento do barco por instrumentos, e um transponder. “Isso permite que a gente consiga identificar com facilidade as embarcações que estão no nosso entorno”, explicou o comandante da patrulha.
O sistema conta ainda com várias câmeras integradas, que mostram no painel de controle imagens de alta definição e imagens termais. Com as câmeras termográficas, a imagem mostra os objetos a partir das diferenças de calor entre eles e o ambiente, sem depender das condições de luminosidade do local. Assim, ela consegue identificar uma pessoa ou uma outra embarcação mesmo com baixa visibilidade, como em uma perseguição noturna, ou em meio à fumaça ou névoa.
ROBUSTEZ – A nova embarcação tem 29 pés de comprimento, o que equivale a quase 9 metros, e pesa aproximadamente 4,9 toneladas. Com este tamanho, pode transportar oito tripulantes, com uma autonomia de cerca de sete horas.
Outra novidade é a potência do barco, que é movido por dois motores de popa de 300 HP. “São quase 600 cavalos de potência. Ela é bem mais potente do que as nossas outras embarcações, que têm dois motores de 150 cavalos”, explica o comandante.
Por ter dois propulsores, a embarcação tem mais segurança nas operações e pode ir mais longe da costa, em um resgate ou em uma perseguição, por exemplo. O motor de popa também dá mais mobilidade ao barco, facilitando o acesso às praias e comunidades ilhadas.
COSTA PARANAENSE – O Paraná tem mais de 100 quilômetros de extensão de orla marítima entre as divisas com São Paulo e Santa Catarina. São, ao todo, 125 praias e balneários, além de 57 ilhas. A Patrulha Costeira da Polícia Militar do Paraná foi criada em 2019 para atender esta região. O pelotão tem um treinamento especial para ações em água e em áreas fechadas de mata.
Além das ações ostensivas na costa do Paraná, o grupo também atua em trabalhos preventivos nas comunidades e repressivos às ações criminosas. A Patrulha Costeira ainda trabalha em apoio à Polícia Federal e à Marinha do Brasil, principalmente, em ações de combate ao tráfico de drogas no Porto de Paranaguá.