O Governo do Paraná vai inaugurar neste mês de julho em Foz do Iguaçu, no Oeste, e Londrina, no Norte do Estado, a Biofábrica Wolbachia, uma das principais estratégias e uma nova tecnologia no combate à dengue e outras arboviroses. A biofábrica contará com a parceria do Ministério da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto WMP (Wolrd Mosquito Program) e das prefeituras das duas cidades.
As unidades com laboratórios e profissionais treinados desenvolverão as etapas finais do “Método Wolbachia”, com a eclosão de ovos do Aedes aegypti. Foz do Iguaçu e Londrina estão entre os seis municípios selecionados de todo o Brasil nessa nova fase. Uberlândia (Minas Gerais), Presidente Prudente (São Paulo), Natal (Rio Grande do Norte) e Joinville (Santa Catarina) também participam do projeto.
O método consiste na liberação de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia, que impede que os vírus da dengue, zika e chikungunya se desenvolvam no inseto, evitando a transmissão das doenças. Estes mosquitos, chamados de Wolbitos, não são geneticamente modificados e não transmitem outras doenças.
Para a seleção foram considerados municípios com mais de 100 mil habitantes que são responsáveis pela maior parte dos casos de arboviroses urbanas, o clima da região, o número de casos prováveis de dengue nos últimos 10 anos, a incidência de dengue nos últimos cinco anos e a presença de aeroporto.
“As tratativas para este projeto estão sendo realizadas desde 2019 e intensificadas no ano passado. Agora estamos mais perto dessa realidade, com a implantação desse programa moderno, estratégico, que poderá auxiliar o Paraná no combate ao Aedes”, disse o secretário de Estado da Saúde, César Neves.
FOZ DO IGUAÇU – Em fase de finalização, a biofábrica de Foz do Iguaçu tem aproximadamente 166 metros quadrados e está situada no bairro Vila Boa Esperança. Está prevista a liberação dos mosquitos durante cinco meses, totalizando 26.156.800 wolbitos (1.307.840 por semana). Os bairros contemplados para ação são: Caic, Campos do Iguaçu, Cidade Nova, Jardim América, Jardim São Paulo 1, Jardim São Paulo 2, Lagoa Dourada, Morumbi 1, Morumbi 3, Ouro Verde, Portal da Foz, Porto Belo, Profilurb 1, Profilurb 2, São João, Sol de Maio, Três Lagoas, Vila C Nova, Vila C Velha.
LONDRINA – A unidade de Londrina, também em etapa final de construção, tem cerca de 225 metros quadrados e fica no bairro Jardim São Francisco. A previsão é que sejam liberados 58.087.000 mosquitos (2.904.350 por semana), em todos os bairros da Região Norte e Sul: União da Vitória, Califórnia e PIND; Região Leste – Califórnia, Vila Fraternidade, Antares, Ernani Moura Lima, Abussaf, Lindóia e Ideal; Região Oeste- Jardim Bandeirantes, Leonor e Olímpico; Região central- Vila Brasil, Vila Recreio, Vila Nova, Shangri-lá e Vila Casoni.
MÉTODO WOLBACHIA – A Wolbachia é um microrganismo intracelular presente em cerca de 50% dos insetos da natureza, mas que não está no Aedes aegypti. Quando presente nestes mosquitos, ela impede que os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro do inseto, contribuindo para redução destas doenças.
Uma vez que os mosquitos com Wolbachia são liberados no ambiente, eles se reproduzem com mosquitos de campo e ajudam a criar uma nova geração com Wolbachia. Com o tempo, a porcentagem de insetos que carregam a Wolbachia aumenta, até que permaneça alta, sem a necessidade de novas liberações.
O Método Wolbachia é uma medida complementar. A população deve manter todas as ações para o controle da dengue, zika e chikungunya.
PROGRAMA – O World Mosquito Program é uma iniciativa internacional sem fins lucrativos que trabalha para proteger a comunidade global das doenças transmitidas por mosquitos. No Brasil, o Wolbachia é conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz, com financiamento do Ministério da Saúde, em parceria com os governos locais.
Esse método foi desenvolvido na Austrália e, atualmente, está presente em mais de 20 cidades de 14 países. Além disso, os dados de monitoramento revelam que os Wolbitos estão se estabelecendo em níveis muito positivos nos territórios. Na Austrália, houve redução de 96% nos casos de dengue.
(Agência Estadual de Notícias)