Saúde alerta para riscos de queimaduras nas festas juninas

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A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) faz um alerta para cuidados que previnem queimaduras, especialmente durante as comemorações das tradicionais festas juninas. Os acidentes costumam ocorrer nesta época do ano em meio atividades típicas que incluem líquidos quentes, fogueiras e fogos de artifício. O perigo é a ocorrência de queimaduras de segundo grau e que envolvem cabeça, tronco e membros superiores (mãos, braços).

As ações de prevenção e conscientização fazem parte do Junho Laranja, alusivo ao Dia Nacional de Luta Contra Queimaduras (celebrado em 6 deste mês). O Junho Laranja tem por objetivo reforçar a importância de ações preventivas, visto que os acidentes podem levar à morte e dependendo do grau da queimadura (1º, 2º e 3º grau), causar morbidade, hospitalização prolongada, desfiguração e incapacidade, além de cicatrizes.

“Podemos manter as tradições, mas priorizando a segurança. Não podemos fazer com que um ambiente feliz se torne algo perigoso, com risco de perder a própria vida, por isso orientamos alguns cuidados que fazem a diferença nestes momentos”, afirma o secretário de Estado da Saúde, César Neves.

PREVENÇÃO – Durante as festividades, indica-se cuidado redobrado ao manipular bebidas e alimentos com temperaturas elevadas. As queimaduras podem ocorrer durante o preparo e ingestão destes produtos. As crianças devem se manter longe do local de preparo e os cabos de panelas devem ser direcionados para a área do fogão.

Além disso, as brincadeiras devem ser realizadas longe de fogueiras para prevenir queimaduras causadas pelas chamas ou nas vias aéreas, pela inalação da fumaça. As fogueiras devem ser posicionadas longe de matas, depósitos de papel ou produtos inflamáveis. Ao acender fósforos, manter o palito longe do rosto, para não atingir cabelo ou sobrancelha, e lembrar que produtos inflamáveis, como álcool, não deve ser utilizado próximo ao fogo, e todos esses produtos devem ser mantidos longe do alcance de crianças.

Outro cuidado fundamental é observar a origem de fogos de artifícios. Materiais de fabricação caseira não devem ser utilizados. O produto deve ser armazenado, se possível, em locais distintos, sem que haja um grande volume em um único espaço.

DADOS – De acordo com a Sociedade Brasileira de Queimaduras, aproximadamente 1 milhão de pessoas sofrem queimaduras por ano no Brasil, resultando em três mil mortes no país. Destas, cerca de 70% sofrem acidente dentro de casa, afetando, em sua maioria, crianças e adolescentes de zero a 15 anos e idosos acima de 60 anos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que cerca de 180 mil pessoas morram por ano devido à queimadura.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento integral e gratuito para pessoas que foram acometidas por queimaduras. Segundo dados do DataSUS, o Paraná registrou um aumento de 24% no número de internações no último ano. Foram 2.058 atendimentos registrados em 2023, contra 1.658 em 2022. Se considerado somente o mês de junho, o aumento é de 20% (em 2022 foram 113 registros contra 136 no ano passado).

Ainda segundo informações do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate), em 2022 foram realizados 913 acionamentos por queimaduras, com 941 vítimas. Em 2023 foram 1.367 acionamentos, com 1.402 vítimas – o aumento é de 49% no número de vitimados. Quando comparado somente o mês de junho, são 47 atendimentos com 50 vítimas em 2022 e 107 atendimentos com 107 vítimas em 2023, num aumento de 68%.

LEITOS PARANÁ – O Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES) mostra que o Paraná possui 18 leitos UTI de queimados, sendo 10 leitos disponíveis pelo SUS: 6 no Hospital Universitário de Londrina e 4 no Hospital Evangélico Mackenzie em Curitiba; 5 leitos de enfermaria cirúrgico, sendo 4 do SUS, localizados no HU de Londrina; 7 leitos de enfermaria cirúrgico queimado pediátrico, sendo 6 no SUS, também localizados no HU de Londrina.

Os leitos especializados para queimados são destinados ao atendimento de casos graves e que demandam internamentos maiores, mesmo assim, o Paraná possui uma ampla Rede Hospitalar e Assistencial e os pacientes que sofrem acidentes por queimadura são atendidos pelas unidades de saúde espalhadas por todo o Estado, com profissionais e equipamentos especializados para lidar com diversas patologias, o que também inclui o atendimento e tratamento de queimados.

CUIDADOS PÓS-FERIMENTO – De imediato, a pessoa que sofrer este acidente deve colocar a parte queimada debaixo da água corrente fria, com jato suave, por aproximadamente dez minutos. Compressas úmidas e frias também são indicadas. Se houver poeira ou insetos no local, a orientação é manter a queimadura coberta com pano limpo e úmido.

No caso de queimaduras em grandes extensões do corpo, por substâncias químicas ou eletricidade, a vítima necessita de cuidados médicos e de saúde urgentes, que podem ser acionados pelo número 193, do Siate, vinculado ao Corpo de Bombeiros.

Os profissionais de saúde também reforçam para não tocar a queimadura com as mãos, furar as bolhas, tentar descolar tecidos grudados à pele queimada, retirar corpos estranhos ou graxas no local, aplicar coisas como manteiga, pó de café, creme dental ou qualquer outra substância sobre a queimadura. Somente um profissional pode indicar o que deve ser aplicado sobre o local afetado.

(Secretaria Estadual de Saúde)

 

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